quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO

NOSSO ABRAÇO FRATERNO AOS NOSSOS AMIGOS DE COMUNHÃO E LIBERTAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO
"O que eu espero? O que neste tempo da minha vida, clama o meu coração?"
(Bento XVI)

Diante da guerrilha urbana que assistimos ao vivo ou pela TV nos últimos dias, que gerou grande pânico em toda a população na cidade do Rio de Janeiro, e da grande operação militar que culminou com a “reconquista” pela polícia da Vila Cruzeiro e do Morro do Alemão (os redutos mais perigosos do tráfico de drogas no Rio de Janeiro), queremos olhar para o que nasce em nós como urgência de um juízo.

Por um lado, esses fatos despertam em nós desejo de paz, de esperança. Esperança de que finalmente possa acabar essa terrível sensação de insegurança imposta pelo tráfico em nossa cidade. E isso é justo. Por outro lado, encontramos em nós quase um desejo de ver a polícia acabar com todos os bandidos, quase como se disséssemos: “eles não são homens, não são pessoas, merecem morrer!”.

Mas, pensando bem, estamos vendo apenas a ponta de um problema que vai bem mais fundo, que envolve milhares e milhares de pessoas e que está crescendo cada vez mais: jovens, pais e mães, executivos, enfim..., gente comum que perdeu o gosto de viver e que encontra nas drogas algo que alivia a dureza e o sacrifício implicados na vida. A vitória da polícia no Morro do Alemão com certeza é um fato positivo, mas não tenhamos a ilusão de que isso resolva os problemas.

“O perigo maior que a humanidade pode temer hoje – afirma Teilhard de Chardin – não é uma catástrofe que venha de fora, uma catástrofe estrelar; não é a fome nem a peste, é, ao invés, essa doença espiritual, a mais terrível porque é o mais diretamente humano dos flagelos, que é a perda do gosto de viver”.

O exemplo concreto de alguns jovens educados em algumas Creches e Centros Educativos da nossa cidade, que encontraram força para mudar de vida mesmo depois de terem se envolvido com o tráfico, permite-nos o início de um juízo e, por isso, de um caminho: o coração do homem precisa ser educado, isto é, precisa encontrar alguém que o desperte, que o ajude a pulsar de novo com o desejo de beleza, de verdade e de justiça que ele tem, porque qualquer coração de homem é feito assim, e precisa encontrar dentro deste mundo algo que possa reconhecer como um bem, algo pelo qual vale a pena viver, porque assim a vida se torne mais humana, mais verdadeira, mais digna de ser vivida sem precisar recorrer a momentos de fuga.


Na oração do Ângelus feita pelo Papa no primeiro domingo do Advento, ele nos provoca assim: “Neste tempo que prepara o Natal podemos perguntar: O que eu espero? O que, neste tempo da minha vida, clama o meu coração? O que, juntos, aguardamos? O que une as nossas aspirações?” (...). “No tempo precedente ao nascimento de Jesus, era fortíssima em Israel a espera do Messias. (...). Ninguém poderia imaginar que o Messias pudesse nascer de uma jovem humilde como era Maria. Nem mesmo ela poderia pensar; ela apenas tinha em seu coração uma grande espera pelo Salvador, a sua fé e a sua esperança eram tão ardentes que Ele pode encontrar nela uma mãe tão digna”.

Nestas palavras do Papa está a resposta para todos nós, que somos tão provocados por aquilo que está acontecendo: somente quem vive essa grande espera do Salvador pode olhar para o Advento e para o Natal como a grande resposta de Deus a essa confusão. A irrupção de Cristo no mundo salvou um dia o ladrão arrependido pouco antes de morrer e o levou para o Paraíso antes de qualquer outra pessoa. Este Fato, presente hoje na Sua Igreja por meio daqueles que Ele escolhe e assimila a si mesmo, pode salvar qualquer homem.

COMUNHÃO E LIBERTAÇÃO RIO DE JANEIRO

Novembro/2010